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YELLOW SUBMARINE
YELLOW SUBMARINE | Entramos pela estrada nacional, depois de 800 quilómetros sofridos, e damos logo com a interminável fábrica da Porcelanosa, que de tão grande parece capaz de cobrir a cidade inteira. À primeira rotunda temos o hotel, o único que dá para ficar — e onde esteve o Sporting e todas as equipas que aqui vêm jogar — e mesmo ao lado o campo de treinos do Villareal Club de Fútbol. Ficamos logo para perceber tudo. Seguem-se as casas e casinhas, nalgumas partes a fazer lembrar a Venda Nova, até chegarmos ao lugar onde Villareal* se dá a conhecer ao mundo: o Estádio de la Cerámica.
Cerâmica porque é a Porcelanosa que banca o clube, Cerâmica porque é a Porcelanosa que dá sustento a boa parte dos 50 mil habitantes da pequena cidade. Em Villareal toda a gente rema para o mesmo lado. Consta que os jogadores costumam viver por perto, em áreas mais puxadas ao mar, só conheço um que abriu escusa e foi para Valência, enfim, muitos de vocês sabem quem é, e se não sabem disquem Rúben Semedo-Villareal, ou Rúben Semedo-Cárcel-Villareal e guardem o resto para os moralistas.
Não teve fé, o Rúben, afinal de contas só passaram três anos. Isto para um clube que em 1987 subiu à 2ª divisão B (o terceiro escalão espanhol) vindo da Tercera División (o quarto), depois de décadas na primeira e segunda nas distritais. Pois agora até têm direito a um hino dos Beatles. Em Espanha já o cantam há algum tempo, mas ontem, do talkSPORT a Liam Gallagher, todos vibraram com o Yellow Submarine, quanta porcelana, só ficou a faltar o Paul McCartney.
* — Vila-real em valenciano, ou valenciá para os mais rigorosos.