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PONTA DELGADA, COMO PRAGA
Ponta Delgada,
Como Praga
Como norte da Europa
Como trólei de névoa
Como aquela vez em Oslo
Nessas ruas sem tempo nem alma,
Em sol negro da rua pavimentada,
O hotel em majestoso antes.
Pelos corredores escadarias abertas
O palacete atapetado
Podia ter sido a Primavera
Entrando em Oviedo
Directo ao centro, como noutras Astúrias,
Quis aventurar-me nessa Prússia — tirar umas fotos
Mas não lhe conseguia fazia justiça.
Não era Ponta Delgada, como Praga
Não se viam neblinas, nem Dinamarca
E sem os néones das lâmpadas era carvão na noite
O telemóvel apontava 37% de bateria,
E ela ia voltar através do passado.
Meu único receio era o estado em que chegaria ao quarto
Se já nos tínhamos mesmo separado.
Em Ponta Delgada,
Como Praga.
Ponta como praga delgada
Animado como uma feira centro-europeia
Neste Danúbio Atlântico
Barcos de recreio em meio do oceano
Em Ponta Delgada, como Praga.