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PONTA DELGADA, COMO PRAGA

Pedro Góis Nogueira

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Ponta Delgada,
Como Praga
Como norte da Europa
Como trólei de névoa
Como aquela vez em Oslo
Nessas ruas sem tempo nem alma,
Em sol negro da rua pavimentada,
O hotel em majestoso antes.
Pelos corredores escadarias abertas
O palacete atapetado
Podia ter sido a Primavera
Entrando em Oviedo
Directo ao centro, como noutras Astúrias,
Quis aventurar-me nessa Prússia — tirar umas fotos
Mas não lhe conseguia fazia justiça.
Não era Ponta Delgada, como Praga
Não se viam neblinas, nem Dinamarca
E sem os néones das lâmpadas era carvão na noite
O telemóvel apontava 37% de bateria,
E ela ia voltar através do passado.
Meu único receio era o estado em que chegaria ao quarto
Se já nos tínhamos mesmo separado.
Em Ponta Delgada,
Como Praga.
Ponta como praga delgada
Animado como uma feira centro-europeia
Neste Danúbio Atlântico
Barcos de recreio em meio do oceano
Em Ponta Delgada, como Praga.

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