PELES VERMELHAS

Pedro Góis Nogueira
2 min readJun 3, 2021

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Rui A. Pereira

Escreves enquanto desenhas. Descobres a forma que te descobre. Tens na pele a cor vermelha. Não se sabe se do sangue, se da tribo. Não podemos dizer que não sabemos nada. Há sempre o limite. Há sempre essa linha enquanto não vemos o que nos sai da matéria. Poeira ao fogo, a seta escrita: Peles Vermelhas. Sentido confundem. Literal é o que faltava. Sentidos sentidos nos defendemos. Peles Vermelhas.

Rui A. Pereira

Para atacarmos a descoberta precisamos desorientar o presente. Zás onde vem a guerra. Damos gasolina ao cronopio. Somos todos parentes e é qualquer dança o que nos viaja. Deixamos tomar-nos todo o exemplo. Entrará na carne se entretanto não for atingido pela flecha. Acendalha. Não queremos necessariamente dizer nada, podemos querer dizer dia. Marcamos a linha vivendo o traço a percorrer da noite o que nos desenha. Peles Vermelhas.

Rui A. Pereira

Temos mais motores do que imaginamos. A nossa cidade é esmaga e densa a populosa. O espírito que extravasa desenha os céus. Não existem mãos para medir a megalópole. Só precisamos contar mais longe. Contemos com nadas. É essa a chave e há samurais. Muito frágeis quânticos oligarcas do sonho leveza pássaro de um peixe vidro. Uma montanha. Montanha russa. Um vários um. A cor conta a torcida forma a uma maré. O som mais surdo é o volume mais baixo. Vai do grito do bosque África o sentido do Butão. A fábrica é dentro dos túneis a nossa cidade. Ao centro da terra. Peles Vermelhas.

Rui A. Pereira

Ao espírito a derramar linhas crias a boa nova. Sorrindo atiçando a lenha. Atrás do Espírito Vento. Dentro de um tu e nenhuma parte.

Rui A. Pereira

Texto publicado em Nem paz, nem guerra, Urutau, 2020.
Pode adquiri-lo aqui.

Gravuras de Rui A. Pereira, série ‘Peles Vermelhas’, em exposição no lançamento de ‘Estrada dos Prazeres’, na Livraria Circulo das Letras, em Lisboa.

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