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FEVEREIRO

Pedro Góis Nogueira

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Portugal é um barco que não anda, mas anda, não sabe como trava, mas trava.

Espanha é uma planície em forma de corrida, está sempre obrigada a dizer sim ou não.

Corruptos ao microscópio
Sabem como não há saída
Entre a prisão ou o poder
De nos prender a todos.

Parar o mais difícil, quando o mais difícil é parar.

Agora consegues ver melhor a História. Perceber como todos aqueles hinos de rock’n’roll punk harcore traziam a tomada da Bastilha.

Não podes ver o jogo que te joga, o que está no segredo que te movimenta. Ou de outra maneira: a noite é a fortuna que te vale, não o que te cegaria pela luz insólita de outra matéria.

Criadora de guerras implacável inflexível — crê-se pacífica

Porque se situa razoavelmente à esquerda

Torna suas as ideias dos outros,

E à sua maneira, cada vez mais

Sublinha como vitórias

Todos os empates.

Em nome de todas as existências

Quanta obscuridade temos de iluminar

E quanta luz temos de protelar

Por cautela, para não (nos) ofuscarmos

Se o perigo existe, reforça a lei

Da superação, a paz necessita ser exercitada

Por uma segunda alquimia.

Escrevo o poema como um alívio. Precisava. Vomitei das minhas entranhas. O caos ganhou uma forma. Um alívio. É Fevereiro.

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