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FEVEREIRO
Portugal é um barco que não anda, mas anda, não sabe como trava, mas trava.
Espanha é uma planície em forma de corrida, está sempre obrigada a dizer sim ou não.
Corruptos ao microscópio
Sabem como não há saída
Entre a prisão ou o poder
De nos prender a todos.
Parar o mais difícil, quando o mais difícil é parar.
Agora consegues ver melhor a História. Perceber como todos aqueles hinos de rock’n’roll punk harcore traziam a tomada da Bastilha.
Não podes ver o jogo que te joga, o que está no segredo que te movimenta. Ou de outra maneira: a noite é a fortuna que te vale, não o que te cegaria pela luz insólita de outra matéria.
Criadora de guerras implacável inflexível — crê-se pacífica
Porque se situa razoavelmente à esquerda
Torna suas as ideias dos outros,
E à sua maneira, cada vez mais
Sublinha como vitórias
Todos os empates.
Em nome de todas as existências
Quanta obscuridade temos de iluminar
E quanta luz temos de protelar
Por cautela, para não (nos) ofuscarmos
Se o perigo existe, reforça a lei
Da superação, a paz necessita ser exercitada
Por uma segunda alquimia.
Escrevo o poema como um alívio. Precisava. Vomitei das minhas entranhas. O caos ganhou uma forma. Um alívio. É Fevereiro.