Candeeiro

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Acende a luz dentro e escreve
Nem sempre tem de ser consciente
Escrever sobre a luz apagada
Mas quando pensares afina a mira
Não subestimes a palavra
Quando a tens toda a luz se acende
Mesmo que de uma lâmpada fundida
Nunca subestime a palavra
Ela pode ser a chave a peça que falta
Para concertar teu candeeiro
Pode ser aquele teu fósforo que sem electricidade
Te consegue acender a vela
Acende a luz de dentro e escreve
Precisas de luz para escrever
E sem escrever, não há luz.

[originalmente publicado em “Estrada dos Prazeres”, Letras Paralelas — Campo das Letras, 2017]

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Pedro Góis Nogueira

Poems, short stories, essays and aphorisms | Lisbon, Portugal, 1974