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A César o que é do César
César era dos melhores amigos que se podiam ter. Dos melhores amigos que ainda tenho. Há o velho ditado que diz Deus ajuda quem se ajuda a si mesmo. César nunca me pediu ajuda alguma. Isto se não incluirmos na ajuda o tempo que empregamos a dar-lhe ouvidos.
César é homem de desabafar. De desabafar em longos monólogos em longas histórias, todas embaraçosas, de certa forma equívoca, pequenos equívocos sem importância, como diria Carver, não trouxessem elas, no seu equívoco um certo lado grandioso, de conquista do mundo. César sabe expor os contornos do problema, fá-lo com uma rara coragem. Conta a história toda, faz o desenho do mapa, o melhor que pode e sabe na plenitude das suas capacidades.
Touro de signo, já agora, nascido no dia do Milagre de Fátima, que corresponde a várias sexta-feira 13. Nada de superstições, puxo o assunto à descrição, às coisas como elas são. Marco anda entre o supersticioso e o religião, virando as coisas do avesso, ateu não tem nada que o ligue ao Milagre de Fátima, céptico, não admite que sequer toquemos nesse assunto da sexta-feira, 13. Dia de Vénus desde ao nascer do sol até ao amanhecer de Sábado, é importante que se diga.
A primeira vez que o topei, vi logo que era a melhor pessoa do Liceu Pedro Nunes. Puxo agora a cassete do tempo para trás até parar numa manhã qualquer em pleno recreio. O intervalo das dez era de…